Arquitetura Comercial


 Arquitetura que vende


   A cada dia me encanto mais com a arquitetura e suas possibilidades.  As transformações que  pode causar em um ambiente principalmente quando é  voltada para o varejo, ou seja, arquitetura comercial.

     Diferentemente da residencial, é uma arquitetura que tem que apresentar resultado, não basta um bom projeto, esteticamente bonito mas que não venda. O projeto vai muito além da conceituação e das preferências estéticas, de gostos e estilos, o objetivo principal sempre é o negócio, visando o aumento de vendas.

     Muitas vezes, é possível uma transformação destes espaços de venda de forma rápida e enxuta, com uma única mudança. Por exemplo: se modificarmos a iluminação de um espaço comercial que está prejudicado, esta mudança pode ser reveladora, as vezes não é necessário mudar tudo para alcançar este objetivo.Se uma única parede ou cor for modificada, pode mudar tudo. Pense nisto.

     O arquiteto deve ter também um outro tipo de conhecimento ou vivência dentro deste mercado que envolve o produto, a marca e o consumo. É fundamental estar inserido no ambiente de venda, ou seja,no chão da loja. 

O profissional deve estar sempre atento, pesquisar e conhecer o dia-a-dia deste ponto de venda, descobrir como o consumidor se comporta, quais são os pontos fracos e fortes que devem ser valorizados.

Loja Alecrim Dourado. Proj: Tatiana Mussi
     A arquitetura de varejo é muito mais complexa do que imaginamos, para atingir este seu resultado de vendas é necessário identificar e criar ambientes que possam ser não apenas vistos, mas também sentidos. É uma arquitetura sensorial que pode ser vivenciada e sentida. As conexões destes elementos sensoriais como: o aroma, a temperatura, a música a iluminação conseguem traduzir  uma atmosfera que está ligada a marca, ao produto, ou seja,o cliente sente, tem memórias que se ‘casam’, se ‘conectam’ com aquela loja, com aquele espaço de consumo e no final tudo isto é transformado em venda. O cliente não comprará apenas um produto e sim uma ideia.

     Com a concorrência de mercado e os novos canais de venda, esta atmosfera de compra é cada vez mais importante para atrair a atenção de mais clientes , fortalecendo a identidade e a imagem da loja. Esta personalidade, nada mais é do que uma diferenciação junto ao mercado, que leve o cliente a discernir sua loja entre os outros concorrentes diretos ou indiretos.

Loja Alecrim Dourado. Proj: Tatiana Mussi
     Seguindo este raciocínio podemos pensar que o conceito, a construção da identidade da marca deve estar ligado ao projeto físico, um não deve acontecer sem o outro.Atualmente não faz mais sentido não pensarmos de forma global, unindo design da loja, produto e a própria marca.O ponto de venda deve seguir a mesma linguagem do produto, da embalagem,da sinalização, do mobiliário, da vitrine enfim, do conjunto da loja. A arquitetura de varejo tem que estar preparada para atender e se comunicar com este novo consumidor, cada vez mais "antenado" e exigente dentro desta experiência da compra, ela deve estar alinhada com a evolução natural do consumo e das novas tecnologias.

     Todos os fundamentos e abordagens desta arquitetura comercial devem estar direcionados sempre para o aumento e eficiência dos resultados de vendas, da mesma forma que os varejistas também devem buscar estratégias e profissionais especializados para que o seu negócio possa atingir o objetivo maior de vender mais e conceitualizar o seu negócio.



Texto
Arq. Tatiana Mussi